sábado, agosto 05, 2006

Sobre o Musgo

De pés lavados caminho sobre o musgo que cobre o chão do jardim dos ciprestes, o silêncio não se acanha e a humidade no ar entranha-se nos ossos, elementos simbólicos são louvados por aquele que se ausenta, a morbidez não existe, o que existe é a tacanhez nas vossas mentes que proibe de caminhar por cima dos vestigios de garrafas que fizeram a festa e estancas o sangue que escorre do lado direito do teu crânio mas a mão ensanguentada não se segura e num gesto inquisidor subtrais a dor e deixas-te elevar por um simples olhar que despreza essa situação e o espirito que se esvanece, no presente solsticio és levado de qualquer maneira, da mesma maneira de que desprezavas as forças da natureza afirmando seres superior mas agora não te apercebes de que isso é completamente negado por este teu estado, mas não, não te apercebes pois o teu coração já não bombeia mais o malte vermelho, eu não penso em situação nenhuma, descontinuamente sento-me sobre o musgo á sombra de um cipreste [escondo-me da lua nova] e descanso no jardim das tabuletas.