sábado, outubro 14, 2006

diz-me

Cá te espero, sentada no mármore gelado dos degraus gasto pelo tempo, pisado pela história, aqui estou eu, o tempo arrefece e aqui sinto cada vez mais a geada, mãos frias coração quente, amor para sempre (?!), e a história repete-se, mais um crepúsculo passado em vão, fito o céu e fixo-me de novo no chão, faltam apenas uns dias e 20 Outonos estarão completos, só mais um número, só mais uma vez que questiono a solidão. Gabo-me de estar sempre rodeada de gente, não passam de vultos e continuando vagueando pela cidade estes aumentam, aumentam mas não os consigo ver. Cá estou eu ainda, observo os pés que por mim passam, o tempo pára mas a rotina não, como quase uma raridade, recebo um sorriso de cumprimento, e o tempo continua, continuo de mãos geladas que procuram por um bolso, pode-se dizer que andei uns 5, 10, 15 kilómetros e cai exausta na cama, acordo atordoada, é meia noite, para além das mãos, os pés ardem em frio e num sobressalto recebo a resposta...